RAIMUNDO LIVREIRO
Era seu nome: Raimundo.
Seu Partido, sua vida.
Sua coragem aguerrida
Marcou seu rumo no mundo.
Em seus passos na cidade,
Rubro, o suor ensinado,
Coerência e humanidade
Foice e martelo empunhados
Partilhando a liberdade.
Belém do Pará, saudosa,
Trouxe à tua casa, a Poesia
Revestindo a livraria
Com uma luz preciosa
Que tua alma talentosa
Com clareza, construiu.
Teus cabelos prateados,
glorioso camarada
Ornam a foto emoldurada
Lembrando os sons soletrados
Do coração com teu povo,
Com tuas gentes, Raimundo.
Não trago nada de novo:
Velho carinho bem fundo
E um punhado de sins
No poema sem festins.
Jinkings, Raimundo, livreiro,
Acendi o candeeiro
A teu nome, companheiro
E assino a data: janeiro
Início de calendário,
Véspera de aniversário
De Belém, como convém.
Muitos devem muito a ti
À tua luta madura
À derradeira ternura
Forjando da noite escura
A certeza que se aclara
E que o verbo escancara.
Vivos, erguemos a voz
Trazendo a garganta aberta
E a memória bem desperta
Nesta ciranda veloz
Nesta ciranda de paz
Nesta ciranda que faz
Nesta ciranda que traz
A liberdade até nós.
Aline de Mello Brandão
( Belém do Grão Pará, onze de janeiro do ano dois mil e sete, dezoito horas. Crepúsculo)
3 comentários:
Muito bonita!
Emocionante depoimento da professora.
Um homem de ação.Preocupado profundamente com o trabalhador e a essência de suas necessidades.
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