R A homenagem - repercussões na mídia

Feira do Livro homenageia livreiro Raimundo Jinkings

Programação acontece neste sábado (04) e domingo (05), em Belém. Saiba mais sobre a vida do homem que viveu da relação com os livros.
Dominik Giusti, do G1 PA

Raimundo Jinkings em foto da década de 1980, com uma estante de livros ao fundo.  (Foto: Leila Jinkings / Arquivo Pessoal)
Raimundo Jinkings em foto da década de 1980      
(Foto: Leila Jinkings / Arquivo Pessoal)



















Pela importante contribuição para a formação de professores e pelas ações de incentivo à leitura na capital paraense – o que inclui a ousadia de vender livros considerados proibidos e até mesmo sem cobrar um tostão sequer para que levassem os títulos, por exemplo –, o livreiro Raimundo Jinkings tem homenagem especial na XVII Feira Pan-Amazônica do Livro, que segue até este domingo (05), no Hangar – Centro de Feiras e Convenções da Amazônia, em Belém.
O estabelecimento foi uma das últimas livrarias de rua da capital paraense, situada durante muito tempo na rua dos Tamoios, no bairro de Batista Campos, e foi também uma marca para a movimentação cultural da capital: fundada em 1965, nos cômodos da casa de Jinkings, funcionou durante 45 anos até fechar as portas definitivamente em 2010, porque “ele era a liderança”, explica o filho Álvaro Jinkings, que acredita que se o empreendimento estivesse nas mãos de administradores talvez ainda estivesse aberto. Ele conta que a livraria começou a "fechar" com o morte do pai, em 1995.
Raimundo Jinkings não era um livreiro usual, um comerciante de livros; não visava exatamente o lucro com a venda de publicações. A ideia era incentivar a leitura , espalhar conceitos, promover discussões, expandir o conhecimento. Após infortúnios políticos na década de 1960 pelo seu envolvimento com o Partido Comunista Brasileiro (PCB) – o que inclui a cassação de seus direitos políticos e a destituição do cargo público de gerente do então Banco de Crédito da Amazônia (hoje Banco da Amazônia) –, a atividade de livreiro surgiu quase que organicamente, a partir da ... (termine a leitura aqui)

Trajetória de Raimundo Jinkings é tema de seminário na Feira do Livro 

Além do poeta santareno Ruy Barata, escritor homenageado da XVII Feira Pan-Amazônica do Livro, outra personalidade importante na atuação política e cultural de Belém, o livreiro Raimundo Jinkings, ganhará destaque na programação deste ano. Ao longo da vida, Jinkings construiu uma trajetória de projeção nacional e realizou inúmeras ações de incentivo à leitura em Belém. Neste sábado, 4, e domingo, 5, ele será tema de um seminário especial, organizado por Isa Jinkings, na Sala Marajó, sempre a partir das 14 horas.
Duas palestras estão programadas para o primeiro dia: “Raimundo, relato de vida”, por Isa Jinkings, e “Jinkings, livreiro e formador”, por Amarílis Tupiassu. No domingo, Roberto Corrêa abordará a “Trajetória profissional, sindical e política”. Logo depois será a vez de Alfredo Oliveira falar da “Atuação no Partido Comunista”. “O público vai poder conferir um pouco da vida de dele, sob os mais variados aspectos, não só como livreiro, mas também como grande formador, político, sindicalista e jornalista que ele foi”, comenta Isa Jinkings.
Nascido entre trabalhadores rurais no pequeno povoado de Turimirim, distrito do município de Santa Helena, no Maranhão, Raimundo Jinkings chegou a Belém em 1945, aos 18 anos. A data marca um novo tempo na vida de Jinkings e do país. Era 29 de outubro de 1945, dia da deposição de Getúlio Vargas, provocada por um golpe do Exército, determinando o fim do Estado Novo. “Essa passagem, por exemplo, será abordada pelo Alfredo (Oliveira), no domingo, quando ele falar da vida política do Raimundo”, adianta Isa.
Amante de ideiais libertários e democráticos, ele logo cedo começou a trabalhar como jornalista e bancário, dedicando-se às lutas de resistência dos trabalhadores contra a exploração capitalista e por sua emancipação econômica e política. Integrou o Partido Comunista Brasileiro, foi preso e teve seus direitos políticos cassados, sendo sumariamente afastado de seu emprego em um banco estatal, pelo AI5, em dezembro de 1968.
Quando saiu da prisão foi nos livros que Raimundo Jinkings buscou uma alternativa de sobrevivência. Leitor voraz, ele tinha reunido em sua casa um rico acervo de livros, que comprava pelo reembolso postal, numa época na qual Belém carecia de livrarias. Foi esse contato próximo com editoras do Sul do país que deu origem à Livraria Jinkings. Na condição de livreiro, Jinkings exerceu importante atividade formativa e política. A Livraria fundada por ele tornou-se um ponto de encontro de estudantes, professores, artistas e intelectuais em geral, que buscavam ali não somente uma literatura crítica, mas também um espaço de discussão e reflexão sobre os rumos do país.
A trajetória do livreiro também está exposta no Estande Raimundo Jinkings, no Pavilhão dos Estandes, de frente para as escadas rolantes do Hangar. No local, algumas peças do arquivo pessoal da família Jinkings estão expostas. Entre elas, a máquina de escrever utilizada por Raimundo, livros com ideais comunistas, uma das paixões de Jinkings, além de recortes de jornais e biografias colecionadas pela família, como o título “Entre as letras as baionetas: A trajetória de Raimundo Jinkings”, de Jocelyn Brasil, entre outras peças.
Serviço: Seminário Raimundo Jinkings, neste sábado, 4, e domingo, 5, sempre a partir das 14 horas, na Sala Marajó, 2° piso do Hangar. Aberto ao público em geral e com entrada franca. A programação completa pode ser consultada no site oficial da feira: www.feiradolivro.pa.gov.br.  
(http://www.agenciapara.com.br/noticia.asp?id_ver=124188# )  /    03/05/2013
Agência Pará de Notícias, com colaboração de Luciana Medeiros

pagina inicial do portal secult
Texto: Amanda Engelke - Secom  Fotos: Leila Jinkings
http://www.secult.pa.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=433:trajetoria-de-raimundo-jinkings-e-tema-de-seminario-na-feira-do-livro&catid=41:noticias


Feira abre as portas cheia de novidades




LIVRO
Na noite de abertura, governador reforçou caráter democrático do grande evento

O público pôde conferir imagens do escritor Ruy Barata, ontem, antes do show "O Pará em Canto", que abriu a XVII Feira Pan-Amazônica do Livro, no Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, afirmando, em entrevista, que "o poeta é um operário em construção". Ruy referia-se ao fazer literário que exige muito do escritor para traduzir conceitos e imagens em palavras. Ruy Guilherme Paranatinga Barata -- escritor homenageado na Feira do Livro juntamente com o "País chamado Pará" e o livreiro Raimundo Jinkings -- é autor de versos com imagens amazônicas como "eu sou de um país que se chama Pará" (slogan da Feira) e "esse rio é minha rua". Versos que também traduzem os pronunciamentos feitos pelo governador Simão Jatene e pelo secretário de Estado de Cultura, Paulo Chaves Fernandes, referentes à construção da Feira do Livro no Pará e do Pará na Amazônia e no mundo, a partir da relação entre homens e livros. A Feira tem apoio das Organizações Romulo Maiorana.

"Quando pensamos na Feira do Livro alguns disseram que era um projeto fadado ao insucesso, porque era coisa de intelectual desocupado; mas a Feira é uma prova de que podemos construir uma sociedade melhor, e quando vejo a família, pai, mãe e fiho levando livros em uma sacola, compreendo que os 850 mil livros vendidos na Feira no ano passado não foram comprados por intelectuais; isso é o que me apaixona na Feira", afirmou Jatene.

Em 2012, a Feira do Livro obteve R$ 13 milhões em venda de livros. Foram comercializados 850 mil livros. Este ano, a Feira possui 50 novas editoras e agregou 14 novos estandes (são 221 estandes no total).O show "O Pará em Canto" reuniu no palco os artistas Paulo André Barata, Liah Soares, Nanna Reis, Camila Honda, Luiz Pardal, Adelbert Carneiro, Trio Manari, Júnior e Toni Soares e Ronaldo Silva, entre outros.

O secretário Paulo Chaves Fernandes disse que foram organizados espaços para história em quadrinhos e mangás, literatura de cordel, uma exposição de moda paraense organizada pelo figurinista Ronaldo Fraga e uma mostra da cultura Assurini, com destaque para as inscriões na pele como uma forma de literatura. "A Feira tem foco não apenas no livro mas na cultura em geral, como o cinema, fotografia, moda, música", afirmou. A Feira funcionará até o dia 5 de maio, das 10 às 22 horas, com entrada franca. Chaves destacou a homenagem ao santareno Ruy Barata - os filhos Maria Helena, Tito e Paulo André participaram da abertura - e ao livreiro e "grande incentivador da leitura" Raimundo Jinkings, cuja mulher Isa e os filhos Leila e Álvaro Jinkings estiveram no primeiro dia da Feira.
A programação da feira está em www.feiradolivro.pa.gov.br.
(http://www.orm.com.br/projetos/oliberal/interna/?modulo=247&codigo=643228)


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Incentivo
Além de Ruy Barata, outra personalidade importante na atuação política e cultural de Belém, o livreiro e comunista Raimundo Jinkings, ganhará destaque na programação da feira. Jinkings, que tem uma trajetória de projeção nacional e realizou inúmeras ações de incentivo à leitura em Belém, será tema, no sábado, de um seminário organizado por Isa Jinkings, que acontecerá às 14 horas, com a participação de Amarílis Tupiassu.
http://www.agenciapara.com.br/noticia.asp?id_ver=122850# 


Jinkings ganha homenagem na Feira do Livro

Texto por Bruna Brabo repórter experimental da Estácio FAP/Rede Cultura

Foto: Jéssica Bremgarthner
Em 1945, Raimundo Jinkings chegou à Belém com 18 anos de idade para se alistar na Força Aérea Brasileira (FAB) que convocava a juventude. Depois de cumprir o serviço militar passou a trabalharcomo jornalista e bancário e chegou também a assumir o comando do movimento sindical dos trabalhadores no Pará, além de integrar ao Partido Comunista Brasileiro (PCB). O livreiro será homenageado amanhã, dia 4, a partir das 14h na sala Marajó do Hangar – Centro de Convenções da Amazônia, programação integrante da XVII Feira Pan-amazônica do Livro.
Ainda na época da ditadura militar, chegou a ser preso e por consequência foi afastado de seusempregos. Quando saiu da prisão encontrou nos livros uma alternativa de sobrevivência. Leitor voraz, ele reuniu em sua casa um rico acervo, que comprava pelo reembolso postal, numa época na qual a capital paraense não tinha quase livrarias. Foi a partir desse contato com editoras do Sul do País que deu origem à Livraria Jinkings, ainda hoje um marco na vida cultural do Estado.
A livraria se transformou em um ponto de encontro de estudantes, professores, artistas e intelectuais e todos que buscavam não somente uma literatura crítica, mas também um espaço de discussão e reflexão sobre diversos temas sociais. “Era muito enriquecedor trabalhar na Jinkings, conheci grandes intelectuais paraenses e escritores. Tínhamos acesso à cultura, e isso era muito fantástico”, comenta Silvio Holanda, professor de Literatura da Universidade Federal do Pará.
Telfina Gomes, expositora do Espaço Jinkings na XVII Feira Pan-amazônica do Livro, conta que trabalhou na livraria por 23 anos e lembra como Raimundo oportunizava leitura para a população paraense. “Era um exemplo de chefe e de pessoa. O lema dele para com os vendedores era: ‘Para você vender o livro, tem que o conhecer’, então quando tínhamos a chance líamos todos os tipos, desde os técnicos até os de literatura”.
Muitos funcionários de Raimundo ainda trabalham com vendas de livro, como João Almeida. “Comecei na Jinkings, fiquei lá por sete anos. Foi o ponto de partida para os livros entrarem na minha vida. Tudo o que sei foi graças ao aprendizado adquirido lá”, ressalta.
O amor pelos livros é uma das marcas deixadas por Jinkings que costumava a dizer que “Uma família que tem por hábitos plantar livros só poderá colher nessa vida boas histórias”.



Diário do Pará - 22/04/2013

Feira do Livro: Raimundo Jinkings será homenageado



Além de Ruy Barata, o grande homenageado, outra personalidade importante na atuação política e cultural de Belém, ganhará destaque na XVII Feira Pan Amazônica do Livro, que vai lembrar a vida e obra do livreiro e comunista Raimundo Jinkings, que tem uma trajetória de projeção nacional para o mercado literário e realizou inúmeras ações de incentivo à leitura em Belém. Podemos dizer que a história recente do livro em Belém do Pará, passa por ele.O Seminário Raimundo Jinkings será no dia 4 de maio, no Hangar. Na programação, as palestras: “Raimundo, relato de vida”, por Isa Jinkings (14h às 15h15) e “Jinkings, livreiro e formador”, por Amarílis Tupiassu (15h30 às 17h15). 
Nascido entre os trabalhadores rurais, no pequeno povoado de Turimirim, distrito do município de Santa Helena, no Maranhão, Raimundo Jinkings chegou a Belém em 1945, aos 18 anos. Era 29 de outubro de 1945, dia da deposição de Getúlio Vargas, provocada por um golpe do Exército, determinando o fim do Estado Novo.
Sempre com ideias de liberdade e democráticos, ele logo cedo começou a trabalhar como jornalista e bancário, dedicando-se às lutas de resistência dos trabalhadores contra a exploração capitalista e por sua emancipação econômica e política. Integrou o Partido Comunista Brasileiro, foi preso, teve seus direitos políticos cassados e foi sumariamente afastado de seu emprego em um banco estatal, pelo AI5, em dezembro de 1968. Era o início de um momento dos mais dolorosos para muitos brasileiros que lutavam contra a ditadura militar.
Quando saiu da prisão foi nos livros que Raimundo Jinkings buscou uma alternativa de sobrevivência. Leitor voraz, havia reunido em sua casa um rico acervo de livros, que comprava pelo reembolso postal, numa época na qual Belém carecia de livrarias. Foi esse contato próximo com editoras do sul do país que deu origem à Livraria Jinkings, ainda hoje é um marco na vida cultural paraense.
Na condição de livreiro, Jinkings exerceu importante atividade formativa e política, preservando seu espírito combativo mesmo diante de um Estado autoritário, que visava impedir a qualquer custo o pensamento emancipador. A Livraria fundada por ele converteu-se em um ponto de encontro de estudantes, professores, artistas e intelectuais em geral que buscavam ali não somente uma literatura crítica mas também um espaço de discussão e reflexão sobre os rumos do país.
A livraria Jinkings, situada na Rua dos Tamóios, no bairro de Batista campos se manteve atuante até os anos 1990, onde recebi inúmeros lançamentos de livros, reunindo a criançada em sessões de contação de histórias, aos sábado pela manhã, além de promover ações fora também, em sebos montados na Praça da República, onde se podia comprar livros de formação acadêmica e romances a preços bem baixos. Frequentada por intelectuais, estudantes e pessoas simplesmente interessadas em ler, a Livraria Jinkings faz parte do imaginário cultural de Belém.
Para o filho Álvaro Jinkings, esta homenagem é muito bem vinda. “Ele teve um papel importantíssimo no mercado literário do Pará, manteve contato com as principais editoras do sul e sudeste do país, trazendo para Belém acesso a livros que dificilmente chegariam aqui. E mais, é a primeira vez que um livreiro será homenageado na Feira Pan Amazônica do Livro”, finaliza.A XVII Feira Pan Amazônica do Livro abre no dia 26 de abril, às 19h, no Hangar, com um show que reunirá grandes nomes da Música Popular Paraense. “Vamos fazer um passeio pelo nosso repertório mais clássico. Teremos canções de Waldemar Henrique, Mestre Isoca, Chico Senna, Ruy Barata, interpretados por Camila Honda, Nana Reis, Liah Soares, Olivar Barreto e Paulo André Barata. Será um grande painel musical da nossa música autoral”, diz o músico Luiz Pardal, diretor do show. Além das interpretações de canções de autoria de compositores, que marcam a história da música paraense, a apresentação vai contar ainda com Tony Soares, Almirzinho Gabriel e Ronaldo Silva, entre outros.


SERVIÇO
A Feira do Livro, no dia 26 de abril, só será aberta às 19h. A partir do sábado, 17, ficará aberta das 10h às 22h, no Hangar, com entrada franca. Realização da SECULT e Secretaria Especial de Promoção Social, do Governo do Estado. Leia a programação no site: www.feiradolivro.pa.gov.br
http://diariodopara.diarioonline.com.br/N-167955-FEIRA+DO+LIVRO++RAIMUNDO+JINKINGS+SERA+HOMENAGEADO.html








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