sexta-feira, 21 de setembro de 2007

PROFISSÃO DE FÉ

"Temos direito a uma vida decente e
próspera, porque trabalhamos e produzimos.
E, por esse direito, devemos lutar a vida inteira,
hoje como ontem, amanhã e depois.
Esse dia virá, temos certeza. Tudo dependerá
de nós, de nossa persistência, de nosso idealismo e,
sobretudo, de nossa união".

R. A. Jinkings
O Flash - 10/08/53

2 comentários:

JOSE MARIA disse...

Caríssima Leila.

Publiquei o post abaixo no Blog do Alencar:

Um Link Para Jinkings

A partir de agora tem um novo link aí do lado direito do blog. É um link para Jinkings.
Conheci Raimundo Jinkings em meados da década de setenta do século passado. Eu, um jovem bancário recém-chegado de Marabá - PA, onde havia iniciado carreira no Banco do Brasil. Ele, um ex-bancário do Banco da Amazônia, com os direitos políticos cassados pela ditadura militar, iniciava uma nova e vitoriosa carreira como livreiro enquanto soprava as brasas que haviam sobrado do velho Partidão, também destroçado pela mesma dita cuja.
A livraria era pequena e funcionava no porão da sua residência, na Tamoios, em Batista Campos. Pequena mas de qualidade. Tudo o que era importante e necessário para quem buscava conhecimento era ali que encontrava. O acervo - um tanto caótico - ele dominava, título por título. Ele era um livreiro que lia os livros que vendia. Os frequentadores formavam um grupo eclético, heterogêneo mesmo. Tinha estudantes, professores, juristas, bancários, médicos, militares reformados e da ativa, de esquerda e de direita, liberais, cristãos, agnósticos, evangélicos, todos se encontravam ali. O Coronel Oliveira, o famoso Peixe Agulha, era um habitué. Octavio Mendonça era outro. Cruzava com eles e ficava observando o diálogo que travavam com aquele comunista convicto, sincero, simpático, sereno e gentil com seus clientes.
A livraria cresceu e não coube mais no porão. Os negócios iam bem e o ambiente político melhorava. A livraria tornou-se uma grande livraria, moderna, com o nome dele em concreto aparente dominando a fachada inteira. Foi a primeira livraria projetada especialmente para esse fim. Até hoje é assim. Os clientes entram passando por dentro da legra G. Digamos que esse é o ponto G da Jinkings.
Tornei-me também habitué da livraria, sempre aos sábados, quando havia uma confraternização não programada e não declarada dessa rica fauna dos clientes do Jinkings, todos irmanados pelo amor aos livros. Eu comprava livros de direito, economia, política, filosofia, história e as últimas novidades do marxismo, muitas delas vindas da União Soviética.
Conversa vai, conversa vem, anistia e redemocratização convivendo com atentados, Jingkins começa a reorganizar o Partidão. A convite dele e de Mariano Klautau, entrei para o partido, filiando-me formalmente ao MDB, que logo se tornaria o PMDB.
Em um certo momento, Jinkings e Carlos Sampaio decidiram editar e publicar um livrinho com textos de Mao, que ainda era Tsé e também Tung. Para isso constituiram uma editora a que deram o poético nome de Boitempo.
Os filhos e as filhas de Jinkings cresceram, deram-lhe netas, netos e, salvo engano de minha parte, bisnetos. A Boitempo é uma filha legítima de Jinkings, que graças a uma outra filha de carne e osso tornou-se uma editora bem sucedida, conhecida e reconhecida em todo o país e mesmo fora dele.
Agora, pela Internet, Leila Jinkings manda avisar que tem um blog para homenagear Raimundo Jinkings.
Obrigado, Leila.
Não ficaria fora desse de jeito nenhum.
Por isso homenageio Raimundo Jinkings abraçando-o com este link aí do lado e convidando os leitores deste blog para visitá-lo.
Valeu, Leila!
Valeu, camarada Jinkings!

Leila J disse...

Lindo, Alencar.
Obrigada.